Musas B

Ainda na esteira de A Mão que Balança o Berço

Apesar de achar Rebecca De Mornay musa inconteste, sei que ela é uma musa classe C (embora não tenha usufruído dos avanços conquistados no Governo Lula). A coitada teve dois únicos sucessos na vida: A Mão… e Negócio Arriscado, sendo que esse foi em MIL NOVECENTOS E OITENTA E TRÊS. E ela só fez A Mão que Balança o Berço porque não passou no teste pra fazer Sininho em Hook – A Volta do Capitão Gancho e aí ficou revoltada, xingou muito no twitter da época e resolveu fazer uma coisa mais dark (viva o trivia do imdb!).

Mas esse não é um post sobre Rebecca De Mornay, nem sobre musas classe C. Hoje nós famos falar das musas classe B, que são aquelas que quaaaaaaaase chegaram lá mas aí não rolou. O máximo que elas conseguiram foi que o locutor da Globo falasse bem sério o nome delas anunciando a atração do Supercine. Até hoje espero um estudo estatístico mostrando quantos décimos de Ibope um filme ganha quando o locutor avisa “filme tal, COM MARY ELIZABETH MASTRANTONIO” – podem notar que ele pronuncia o nome dela com gosto, mas deve ser a única pessoa no Brasil que falou esse nome em voz alta alguma vez na vida. Mas ninguém pode dizer que ela não tentou. E tentou bastante: fez filme com Brian De Palma (Scarface), com Scorsese (A Cor do Dinheiro), com James Cameron (O Segredo do Abismo). Tentou e achou que tinha finalmente conseguido quando fez a mocinha de Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões, estrelando Kevin Costner e Christian Slater. Kevin Costner e Christian Slater. Juntos. No mesmo filme. E ela achava que ia dar certo. Bem, não deu.

Mas talvez, talvez, o problema de Mary Elizabeth Mastrantonio tenha sido bem anterior. Porque me parece que há uma maldição dos nomes triplos em Hollywood. Senão vejamos.

Mary Stuart Masterson. Fez filme com Sean Penn, com Johnny Depp, fez aquele filme bem simpático da Sessão da Tarde chamado Alguém Muito Especial (aquele que parecia que ela era uma baterista sapatão mas na verdade tava a fim do Eric Stoltz), e fez Tomates Verdes Fritos com a amiguinha Mary Louise Parker – amiguinha essa que só fugiu do ostracismo reservado às mulheres de nome artístico triplo porque teve a sorte de aparecer Weeds pra salvar a carreira dela (weeds, carreira, rs). O fato é que Mary Stuart Masterson se fudeu também, e além de se fuder fez par romântico com Christian Slater pra se certificar de que jamais teria seu nome na calçada da fama.

A próxima da lista dá pena mesmo porque foi NA TRAVE:

Jennifer Jason Leigh. Ela fez Picardias Estudantis, fez filme com os irmãos Coen (Na Roda da Fortuna), Cronenberg (eXistenZ), Charlie Kaufman (Sinédoque, Nova York), DOIS filmes com Robert Altman (Shortcuts e Kansas City), foi a própria Mulher Solteira Procura, dirigiu filme indie (Aniversário de Casamento) e é amiga íntima de Paul Thomas Anderson. Mas não rolou até agora e acho bem difícil que role, viu, Jennifer. Porque você é bem doida, recusou fazer O Silêncio dos Inocentes pra fazer Cortina de Fogo (contracenando com Rebecca De Mornay, essa galera se atrai). Recusou fazer Taxi Driver, Clube dos Cinco, sexo mentiras e videotape, Uma Linda Mulher, E RECUSOU O PAPEL DE JULIANNE MOORE EM BOOGIE NIGHTS. Ou seja: você não aconteceu porque não quis, então fique aí reinando entre as musas B.

Se eu quisesse realmente fazer uma tese sobre nomes artísticos femininos triplos que flopam, poderia versar sobre Penelope Ann Miller, Deborah Kara Unger, Lara Flynn Boyle, Joey Lauren Adams. Mas aí vocês iam vir com Catherine Zeta-Jones, Sarah Jessica Parker e, sei lá, Anna Nicole Smith. E meu foco é outro: as musas quase, ou quase musas.

Então vou terminar com uma que tem dois nomes só, é uma das mulheres mais lindas do mundo (eu acho, ok???), tem cara de rica, é boa atriz, fez parzinho com Daniel Day-Lewis em O Último dos Moicanos, fez Short Cuts, 12 Macacos, e ainda assim não aconteceu nem virou manchete. Madeleine Stowe, você merecia.

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